Cada dia a mais, é um dia a menos!!! (Sétima parte)
(O episódio da mulher congolesa, agricultora familiar)
Cada dia a mais, é um dia a menos!!! (Sétima parte)
(O episódio da mulher congolesa, agricultora familiar)
Lembro-lhes de que encerramos o sexto post, assim:
“Então decidi e comuniquei:
-Delegação que me acompanha, atenção!!! Ocupem seus lugares, porque vamos conhecer a comunidade da Nathalie. E que Deus tenha misericórdia de nós…!!!
E fomos!! No primeiro veículo, Nathalie foi indicando o caminho. Em seguida a van cabrito com um professor brasileiro desossado (referência aos sacolejos na estrada), mas, porém, todavia e contudo, muito, muito feliz!!
Chegamoooooooooooos!!…
Meu Deus!!…Que é isso…??!! Estarei sonhando..??!! Inacreditável, porém maravilhoso, inesquecível…!!!
Uma pequena multidão, que, também tinha esperado o dia todo…..e……Festaaaa….!!!!!
Mas muito mais emoções estavam a caminho….
Bate bate coração…!!!
Continuando o relato:
Após recebermos os efusivos cumprimentos de toda comunidade, a Nathalie fez um relato para contextualizar o evento.
Este relato já foi, de certa forma, exposto no post anterior, quando descrevi o surpreendente primeiro encontro com Nathalie.
Em seguida, entregou-me um enorme pacote, embrulhado com um papel azul claro, cuidadosamente enlaçado com barbante comum, e anunciou:
-Nosso presente surpresa para o professor…!!!
Emocionado, recebi o pacote, e respeitosamente, desvencilhei os laços e desenrolei o papel.
Surpresa….!!!! E que surpresa…!!!
Havia uma folha e um legume de cada hortaliça, uma raiz de cada tubérculo, uma fruta de cada fruteira, um pouco de vários cereais, enfim, uma amostra de cada produto vegetal que eles estavam cultivando, com aplicação da biofertilização aprendida (e eram muitos).
E então, Nathalie falou alto em bom som:
-Professor, queremos que o Sr. leve este pacote para o Brasil, e mostre para todos os brasileiros, o sucesso da parceria.
Meu Deus!!! Quanta simplicidade, quanta singeleza, quanta fraternidade universal, quanta cultura da paz. Quanto amor!!!
“Naquela ocasião, Jesus orou da seguinte maneira: “Pai, Senhor dos céus e da terra, eu te agradeço porque escondeste estas coisas dos que se consideram sábios e instruídos e as revelaste aos que são como crianças. Sim, Pai, foi do teu agrado fazê-lo assim”. Mat. 11.25.
Sim, Nathalie era, naquele momento, legítima representante destes pequeninos. Aliás, se Jesus veio para os simples e pequeninos, certamente trouxe na sua bagagem de amoroso extensionista, o conhecimento da Agroecologia e suas Tecnologias Socioambientais Sustentáveis.
Creio que tod@s conhecem a Parábola do Semeador, e ao lançarmos as boas sementes da Agroecologia, muitas não germinarão, pois, também, cairão na beirada do caminho, em meio aos espinhos e nas pedras.
Mas, também, existirão sementes que cairão em terra fértil e germinarão abundantemente, multiplicando a colheita em escala exponencial.
Nathalie era terra fértil, e cumpriu-se a divina promessa. Amém..!!
É por isso que propusemos anteriormente:
“Proposta de paz para todas as regiões do planeta, pela produção de alimentos básicos e fundamentais, para todas as populações residentes”.
(Proposal to peace for all regions of the planet, by production of basic and fundamental food, for all resident populations)
https://www.agazetadelavras.com.br/proposta-de-paz-para-todas-as-regioes-do-planeta-pela-producao-de-alimentos-basicos-e-fundamentais-para-todas-as-populacoes-residentes/
Informo que acomodei o pacote de produtos vegetais no porta-malas da van, e ao chegar ao hotel, doei-o para o motorista, pois, evidentemente, não haveria como trazê-lo para o Brasil.
Mas, imagens, lembranças, lições e emoções, vieram, e são indeléveis, inesquecíveis!!!
O tanque de biofertilizante estava na salinha da casa, em lugar de destaque, como nós destacamos nossas televisões nas nossas salas.
Era a grande riqueza dela, e mais surpresa, ela estava produzindo o biofertilizante anaeróbio.
O biofertilizante anaeróbio é difícil de ser produzido, quando comparado com o aeróbio, que é fácil de se produzir. Mas o resultado é muito melhor. Estava explicado o sucesso produtivo da comunidade, pois ela orientava a todos nesta produção e manejo de aplicações.
Mas por que os tanques estavam dentro das casas??!!
Nathalie me contou que eles tinham sofrido uma tentativa de sabotagem. Um estranho foi surpreendido jogando sal de cozinha nos tanques, que no princípio, ficavam do lado de fora das casas. Contudo, o delinquente socioambiental conseguiu fugir agilmente.
Pasmem, tentativa de sabotagem…!!! A quem interessaria sabotar um programa de biofertilização na África, numa comunidade muito pobre do interior??!!
Uma dica: a produção de biofertilizantes, biopesticidas e compostagem, têm custo praticamente zero!!! Podem ser obtidos em qualquer lugar do planeta.
Basicamente, basta uma porção de bosta de vaca (cabras, coelhos, cavalos, galinhas) misturado com mato verde e cinzas de fogão à lenha.
Sugestão de releituras:
1 – “Da UTOPIA que temos para a Utopia de que necessitamos”.
(O doce imaginário e a amarga realidade)
https://www.agazetadelavras.com.br/da-utopia-que-temos-para-a-utopia-de-que-necessitamos/
2 – “Responsabilidade Socio Ambiental da Universidade”.
http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/45949
Continuaremos no próximo post.
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