Espelho, espelho meu, existe no mundo ninguém como eu?!
Espelho, espelho meu, existe no mundo ninguém como eu?!
“…bendita as coisas que não sei, os lugares que não fui, os espaços que ainda procuro e os gostos que ainda não provei…”.
Mesmo porque, conforme já declarei em posts anteriores, caminhar por onde todo mundo caminha, não tem graça nenhuma. É como chupar bala sem tirar a embalagem…!!! (uh…!!! nova essa, heim??!!).
Portanto, prezad@s leitor@s, não me enganei não!!! e confirmo o título desta matéria:
“Espelho, espelho meu, existe no mundo ninguém como eu?!”.
Creio que tod@s conhecem a história da Branca de Neve, certo??!!
Lembram-se da sistemática, repetitiva e insistente pergunta da vaidosa rainha malvada, a Ra. Malévola, ao tagarela espelho mágico??!!
“Espelho, espelho meu, existe no mundo uma mulher mais bela do que eu?”.
Durante todo o tempo em que o espelho politiqueiro repetiu sistematicamente que ela era a mulher mais bela do mundo, e principalmente, única, a Ra. Malévola permaneceu auto entronada em seu castelo de ego super vaidoso, com todos os seus requintes de empáfia (orgulho, arrogância, prepotência, insolência, presunção).
“É no Laboratório de Análises Clínicas que o Orgulho e todas as Vaidades Humanas são Confrontados“.
https://www.agazetadelavras.com.br/e-no-laboratorio-de-analises-clinicas-que-o-orgulho-e-todas-as-vaidades-humanas-sao-confrontados/
Mas, no dia em que o espelho anunciou o advento de uma mulher mais bonita, a saber, a Branca de Neve, a rainha malvada, contrariada, surtou de inveja e entrou em um terrível pânico agressivo.
Imediatamente, determinou ao seu capitão do mato, localizar e destruir a beldade recém revelada. O resto da história, creio que tod@s já conhecem, ou pelo menos já ouviram falar dos sete anões.
A verdade é, que, obsevar a própria imagem num espelho qualquer e buscar identificar-se, sem mágica, é um desafio corajoso e apaixonante:
–Quem é ess@ que está refletid@ aí na minha frente??!!
Enquanto o espelho for “puxa-saco“, é uma beleza!!!
Mas, se o espelho contrariar a nossa verdade, aí o “bicho pega“.
Experimente, tente fazer isso, quando estiver escovando seus dentes, sozinh@ no seu banheiro.
Se o espelho ficar “enchendo a sua bola“, desconfie, não do espelho, mas sim, de si mesm@. Você é um@ legítim@ postulante à rainha (rei) malvad@!!! Todavia, lembre-se de que:
“A semeadura é livre, porém a colheita é obrigatória!!”.
Se o espelho “escancarar a sua empáfia“, exulte, agradeça, não ao espelho, mas sim, à providencial advertência. Você é legítim@ postulante à Branc@ de Neve!!! E saiba que:
“A humildade é a única base sólida de todas as virtudes.” Confúcio.
E, por conseguinte, comece a batalhar, imediatamente, contra sua própria empáfia: “prepotência, arrogância, soberba, empáfia, insolência, altivez, desdém, vanglória, ufania, jactância, inanidade, ostentação, alarde, absolutismo, despotismo, autoritarismo, sobrançaria, presunção, petulância, descaramento, descaso, inconveniência, ou simplesmente, metidez de narizinho empinado.
Mas, como falar de mim mesmo sobre mim mesmo, se eu não sei quem eu sou??!!. Apenas suspeito quem, realmente, eu seja. Mas, não tenho certeza de nada!!! Afinal, ess@ aí no espelho, sou eu ou não sou eu??!!
Afinal, “quem és tu, Coriolando??!!”
Identificar-se é uma construção gradativa e progressiva. Durante a busca do autoconhecimento, reconhecer-se e apropriar-se, surpreender-se e fascinar-se, é um exercício difícil e apaixonante. É quando Branca de Neve adormecida, substitui a Ra. Malévola acordada, que existe dentro de nós.
“A Origem do Bem e do Mal Segundo o Mal do Bem e o Bem do Mal”.
(Primeira parte).
https://www.agazetadelavras.com.br/a-origem-do-bem-e-do-mal-segundo-o-mal-do-bem-e-o-bem-do-mal/
Ser Branca de Neve, é possuir a capacidade sublime e abençoada de amar intensa e genuinamente. Denomina-se este amor de Ágape.
“Eu quero ser lembrando como alguém que amou as pessoas os animais e toda biodiversidade”. Paulo Freire.
Ser a Ra. Malévola, é desejar e agir malignamente para encantar pessoas, através de conversa fútil e beleza frívola, engendradas apenas para agradar a sociedade, em interesse próprio, com proveito unicamente egoísta.
Denomina-se este amor de Sexo.
Em tempo, denomina-se: Sexo, o amor animal. Eros, o amor romântico. Philia, o amor fraternal. Ágape, o amor genuíno, também denominado Cáritas, por ser incondicional.
Mas, se Branca de Neve e Ra. Malévola são mitos, saibam que Jung considera os mitos como expressões inconscientes de nós mesmos.
“Eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me tornar”. Jung.
A psique, sentindo-se bem dentro de seu próprio corpo, permitirá ao ego, reinar sobre si mesmo. O corpo sentindo-se bem abrigando a própria psique, permitirá ao ego, o autoconhecimento, podendo-se perceber, então, que nosso corpo reflete nossas emoções, principalmente aquelas que reprimimos.
Ao se juntarem harmoniosamente: espírito, alma e corpo, e/ou: ego, psique e sentidos, a criatura, perceberá (sai a Ra. Malévola) que o que procura no mundo, está dentro dela (entra a Branca de Neve), o tempo todo. Eurekaaaaaaa…agora sei quem sou…uh uh, e o que eu procurava…uh uh!!!!
Contudo, trata-se de duríssima tarefa, a qual representará um propósito a ser desenvolvido por toda a vida, mas que valerá a pena. Podem crer…!!!
” Conhece-te a ti mesmo e conhecerá o universo e os deuses”. Sócrates.
“Santíssima Trindade e trindade não tão santa assim, segundo “Gylvaresthamar”
(Deus-Espírito Santo-Jesus) (Espírito-Alma-Corpo)
https://www.agazetadelavras.com.br/santissima-trindade-e-trindade-nao-tao-santa-assim-segundo-gylvaresthamar/
E para finalizar esta matéria, apreciemos e discutamos Fernando Pessoa e a sua enigmática poesia “Eros e Psique“.
Afinal: “Espelho, espelho meu, existe no mundo ninguém como eu?!”
EROS E PSIQUE
(Fernando Pessoa)
Conta a lenda que dormia
uma Princesa encantada
a quem só despertaria
um Infante, que viria
de além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
vencer o mal e o bem,
antes que, já libertado,
deixasse o caminho errado
por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
e orna-lhe a fronte esquecida,
verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
sem saber que intuito tem,
rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino –
ela dormindo encantada,
ele buscando-a sem tino
pelo processo divino
que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
tudo pela estrada fora,
e falso, ele vem seguro,
e, vencendo estrada e muro,
chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
à cabeça, em maresia,
ergue a mão, e encontra hera,
e vê que ele mesmo era
a Princesa que dormia.
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