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I-África, não os perdoe, porque eles sabem o que fazem…(Primeira parte, em cópia).

Não só sabem o que fazem, como também, sempre souberam o que fizeram, e pior, continuam fazendo.

Assim, desejo começar esta matéria, lembrando a “Declaração Universal dos Direitos Humanos“, adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10/12/1948:
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. 

Vocês a proclamaram, sim!! Mas, quando a adotaram?! Quando cumpriram-na?! Quando foi que um dos cinco imperialistas vitalícios e expansionistas contumazes, proprietários exclusivos do seu famigerado Conselho de Segurança, praticou esta declaração??!!
Assim, proclamo vocês:-Hipócritas, raça de víboras, sepulcros caiados, falsos, mentirosos, enganadores, interesseiros, gananciosos, dominadores, parasitas da miséria e da pobreza.

Em vez de compaixão hipócrita e interesseira, respeitem a África!! Saibam que a teoria evolucionista contemporânea, afirma que a vida surgiu na África (Mãe África), com os primeiros hominídeos africanos. E, levando-se este raciocínio para o atual Criacionismo consagrado, afirmo categoricamente que Adão e Eva, e toda descendência, eram negros. 

Porque, se a ciência já comprovou que a África é o berço da humanidade, que todos os personagens do Antigo Testamento eram negros, então, para os estudiosos evolucionistas e criacionistas, seria impossível que Noé e seus filhos fossem brancos. 

Portanto, todos os não negros, têm suas raízes na raça negra. E foi a migração para outros continentes que fez surgir as demais raças, por necessidade de adaptações socioambientais de sobrevivência. 

Assim, os racistas, quando agridem os negros, na verdade, estão agredindo as próprias origens.
O rio que esquece sua fonte, seca e morre. O homem que nega suas origens não existe”. Provérbio africano. 

Para entenderem onde quero chegar, vamos começar recordando a crônica: “Projeto Vozes da África”.
https://www.agazetadelavras.com.br/projeto-vozes-da-africa/

Resumidamente, o projeto de Extensão Universitária Inovadora “Vozes da África” foi idealizado por mim em 2007, com o objetivo de apoiar científica e tecnologicamente, a produção contínua de alimentos básicos e fundamentais para as populações carentes em geral, principalmente na África, através de capacitações participativas em Tecnologias Socioambientais Sustentáveis da Agroecologia.

Tomei como inspiração criadora, a poesia “Vozes d’África“, de Castro Alves (11/06/1868), em sua primeira estrofe:
“Deus! ó Deus! Onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes. Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito…Onde estás, Senhor Deus?…”. 

Com apoio do Prof. Rubens J. Guimarães, na época Pró-reitor de Extensão e Cultura da UFLA, foi feito o primeiro contato com o casal de alemães Stephan e Martina Zwich, que viveram por muito tempo na República Democrática do Congo (RDC), e que estavam residindo próximos a Lavras. 

Através deste casal, em 2007, foi feito o primeiro contato com a Universidade Livre dos Países dos Grandes Lagos (ULPGL), na cidade de Goma, província de North Kivu, República Democrática do Congo, fronteira com a Ruanda. 

Visitei a ULPGL em Goma, e os seus campus avançados de Butembo, Beni e Bukavu, todos na permanente conflituosa província de North Kivu da RDC. Em fevereiro de 2011, estive em Kinshasa, capital da RDC. Em novembro de 2013, retornei a Kinshasa, e logo em seguida, a Goma, novamente. 

Considerando que estive duas vezes em Moçambique, também em missão extensionista socioambiental humanista, creio que será melhor relatar as incríveis experiências vivenciadas no sofrido continente africano, por países e por etapas.

Iniciarei pela atual República Democrática do Congo (RDC), o antigo Congo Belga, que já foi República do Congo, e depois, Zaire. A cidade de Goma, sede da UPLGL, fica na tormentosa fronteira com a Ruanda. 

Esta primeira aventura, aconteceu em março de 2008, quando fui à África pela primeira vez. Ganhei apenas as passagens, porque, as despesas pessoais decorrentes da viagem, paguei do meu próprio bolso, ou mais precisamente, com meu cartão de crédito (e não reclamo, e muito menos, arrependo-me). 

De São Paulo a Joanesburgo, o voo foi muito tranquilo. E como eu teria que esperar 12 horas no aeroporto de Joanesburgo (capital econômica da África do Sul), para fazer a conexão para Kigali (capital da Ruanda), aproveitei para visitar o Apartheid Museum, o lendário bairro Soweto, e a residência (agora Museu) de um dos meus ídolos mundiais: Nelson Mandela, o Madiba. (O outro ídolo é Ho Chi Minh). Visitei, também, o fantástico Lion Park e o notável Africa Museum.

Apartheid Museum é emocionante. A luta contra o apartheid é retratada com sons e imagens reais, das ocorrências em seu tempo. Eu, e todos os visitantes que pude observar, saímos com lágrimas nos olhos. Parece que se está presente em tempo real, nos acontecimentos relatados. Já o bairro Soweto, conserva a paisagem histórica, porque parece que estacionou no tempo, embora o lado moderno tenha crescido lentamente. 

No museu, é possível reviver perfeitamente, os moradores marchando e cantando, ao som das músicas africanas típicas, e depois, fugindo da repressão violentíssima do governo racista imposto.

Foi quando lembrei-me do meu tempo de estudante universitário da USP (EESC), no início dos anos 70.
“Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores”. (Geraldo Vandré)
https://www.youtube.com/watch?v=KdvsXn8oVPY 

A residência do Madiba é agora, um Museu. Quem for à África do Sul e não fizer esta visita, terá perdido a chance de conhecer o maior ninho de ideias libertárias e de igualdades raciais, de todos os tempos. É que, na mesma rua morou também, Desmond Mpilo Tutu, arcebispo da Igreja Anglicana, Prêmio Nobel da Paz 1984.

Ao lado de Nelson Mandela, Desmond Tutu foi uma das figuras centrais do movimento contra o brutal “apartheid”Trata-se portanto, da única rua em todo o mundo, que abrigou dois “Prêmios Nobel da Paz“, pela mesma causa. No Brasil seria: “Libertas quae sera tamen“. 

Continuaremos na próxima semana. Não percam. 

(Acessem as crônicas anteriores, clicando na franja “Blogs e Colunas”, acima do título da matéria atual. Em seguida, pode-se clicar na franja “Próxima página >”, no rodapé da página aberta, para continuar acessando-se mais crônicas anteriores).

 

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