Everton Fernandes
Jornalista Colaborador
O setembro amarelo é atualmente uma campanha de destaque, combatendo estigmas no mundo todo.
Nesse ano, 2024, a regra é: se precisar, peça ajuda! Com diversas ações em prática e sendo desenvolvidas sob olhares críticos de especialistas altamente capacitados.
Apesar de ser um tema muito importante para ser discutido, as pessoas ainda se sentem tímidos(as) para falar abertamente sobre o assunto como pode acometer qualquer um, independente da profissão, raça, crença, credo, poder aquisitivo.
Essa triste realidade gera grandes prejuízos a sociedade e sofrimento aos familiares quando o fato chega ao conhecimento tarde demais. Uma pesquisa realizada no ano de 2019 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), registrou 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar os episódios sem notificação, estimando-se em 1 milhão de casos.
No Brasil, 14 mil casos por ano são divulgados. Em média, 38 pessoas cometem suicídios por dia. Embora os números estejam diminuindo a partir de ações que o Estado promove em parceria com associações, Ongs, fundações, empresas privadas, públicas, nos países das Américas o caso é alarmante e vai na contramão das intenções que é abaixar os números de suicídio cada vez mais segundo informações da OMS.
Algumas pesquisas feitas e submetida a OMS atesta, que 100% de casos estão relacionados a doenças mentais, não diagnosticada ou tratada incorretamente. Dessa forma, muitos pacientes poderiam estar vivos hoje se tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informação fidedignas e de qualidade.
A importância da atuação da sociedade
Todos devem atuar na conscientização da importância que a vida tem e participar de alguma forma para ajudar na erradicação do suicídio visto como tabu.
É imprescindível falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise, busquem ajuda e não se sintam sozinhos tendo a concepção de que sua vida importa, de que você, leitor, passando por isso ou não, é importante.
Dados do suicídio
Fazendo uma comparação de mortes de HIV, malária, câncer de mama, o número de pessoas que morrem por suicídio é maior. É maior do comparado com guerras e homicídios.
Entre os jovens, idade 15 e 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois dos acidentes de trânsito. Tuberculose e violência interpessoal. É um verdadeiro fenômeno complexo que está criando raízes na sociedade e afetando o seu núcleo, as pessoas.
Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.
As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).
Em países da Europa, houve um declínio nas taxas de suicídio e observou-se um aumento dessas taxas em países do Leste Asiático, América Central e América do Sul.
Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.
Os números não mentem e estão disponíveis para demostrar o quão é grave e importante o debate, discussão, sadia sobre o tema suicídio. A participação da sociedade e de cada indivíduo luta é o ponto fulcral que pode fazer a diferença na minha, na sua e vida de tantos outros que gritam por socorro.
São diversos materiais de uso público: Diretrizes para a Divulgação e Participação da Campanha Setembro Amarelo®, materiais online para download, a Cartilha Suicídio Informando para Prevenir e todo o material para a imprensa.