VIII-A Origem do Bem e do Mal Segundo o Mal do Bem e o Bem do Mal
Oitava parte
Prezad@s leitor@s, lembro-lhes antes, de que, a sétima parte desta série, foi encerrada da seguinte maneira:
“Assim, ele não tem a mínima ideia de classificação de bom ou ruim. Apenas luta pela sobrevivência e preservação da espécie. Sente desconforto ou prazer, porque sim, e pronto!!!”.
Continuando o assunto.
Lock, agora, sente, mas não sabe o quê. Sonha, mas não sabe o que é isso. Procura vivenciar, instintivamente, situações boas e evitar situações ruins, porque agradam ou desagradam, sem saber o porquê.
Lock lambe e sopra as próprias feridas, porque alivia a dor, mas quando venta, procura a boca que soprou, e provavelmente, imaginando, o tamanho dela!!
Bate um galho no outro, porque o som ajuda a espantar agressores (os chimpanzés e os gorilas, fazem isso até hoje). Porém, quando troveja, procura as mãos que provocaram aquele estrondo, e provavelmente, imaginando de quem seriam.
Bate uma pedra contra outra, e vê fagulhas luminosas, todavia, quando relampeja, procura pelas mesmas mãos que também teriam batido os galhos, e provavelmente, imaginando a força delas.
Joga a água para cima, e a água volta e cai na sua cabeça, contudo quando chove, torna a procurar pelas mesmas mãos anteriores, que agora estariam jogando a água de algum rio acima alhures, e provavelmente, teme que joguem galhos ou pedras na sua cabeça.
Pronto!!! Está desencadeado o espaço cerebral para a “imaginação“!!!
São tantas coisas que acontecem (boas e/ou ruins) e que ele não tem o mínimo entendimento, que o cérebro compensa, com o alívio do advento da imaginação.
Quando dorme, sonha com vivos e mortos. Todavia, quando acorda, reencontra apenas os vivos, e não reencontra os mortos. E não tem a menor noção de vida e de morte.
Os vivos, pelo menos, ele os toca e os cheira, mas os mortos que ele reencontra nos sonhos…???!!!…???!!!
-Uai Ka Kura?! (Tradução*: -Uééé, cadê Kura?!)
-Kura bang bung!! (Tradução*: -Kura vive escondido!!).
*Nota. Traduções do “Léxico Gymha”.
Para o sol, lua, estrelas, nuvens, vento, chuva, trovão, raios, relâmpagos, vulcão, fumaça, terremoto, diferentes animais, enfim, os fenômenos naturais em geral…???!!! A imaginação nascente socorre o que o intriga!!!
E quando o “fogo” entra em cena, há um impulso sem precedentes no “modus-vivendi” de quem passa a utilizá-lo. Luz e calor, nas cavernas, onde haviam trevas assustadoras e frio congelante. As feras carnívoras temem e fogem. Uau…!!! e uma carninha assada do abate. Uhmmm…!!!
A imaginação ganha ares do “sagrado“. Surgem lampejos de “proteção” e “adoração“. Ainda mais quando perceberam que os animais, por mais ferozes que poderiam ser, temiam e fugiam assustados, com o simples cheiro de fumaça.
Se as feras nem se aproximam mais das cavernas com fogueiras acesas nos seus interiores. Provável conclusão:
-Le vo mis sac fi vi pro aga dar co bea ma foo uuu.
(Tradução*: -Vamos adorar o fogo misterioso e sagrado, que nos protege contra a escuridão, o frio, as feras, e tornam os alimentos mais saborosos).
E se o fogo é misterioso e sagrado, fica automaticamente passível de adoração, e principalmente, quem o criou e o enviou, mas que não sabem quem foi.
“Fogo de Deus. Acende em nós. Paixão pelo teu nome.
Espírito de Deus. Derrama aqui. O teu poder. O teu amor. Em nós”.
(Massão Suguihara)
E, se um membro do bando foi separado para manter o fogo sempre aceso, está aberto o caminho para os futuros “sacerdócios,” “sacerdotes“, “ritos e rituais“.
Aliás, os estudiosos e pesquisadores sérios do assunto, como não eu, afirmam, categoricamente, como eu, que, foi o advento da utilização sistemática do fogo, seu domínio de obtenção e aplicações, que impulsionou definitivamente, nossos ancestrais na rota sapiens.
Como vimos, Lock começa procurar algo que ele mesmo não sabe bem o quê é, porque um protótipo de “mistério” já se instalou, ou seja, as perguntas sem respostas, começam a incomodar. É como se ele carregasse uma tatuagem na testa, assim: {??!!} Então, acende fogo, procura, imagina, sonha. Sobram mistérios e tentativas de primeiras explicações…..
E quando a Sra. Lock, os seus lockinhos, e todo seu bando, entram em cena, ele percebe que se der alguma resposta e agradar, a galera fará favores em troca. Está surgindo a justificativa da classificação “corruptus” do nosso Henasceo Hominídeo.
Será que é por isso (arquétipo) que eu gosto de um bom vinho, um bom papo, uma boa música, à luz e calor de uma boa lareira??!!
Tenho a impressão de que, ao dedicarem parte de seus tempos úteis às pinturas rupestres, que denomino “proto-arte”, eles encontraram alívio frente às tensões cotidianas, e algum prazer em contemplá-las, posteriormente.
Creio que, até mesmo algum tipo de homenagem póstuma, estaria sendo expressada, no âmago daquelas pinturas significativas.
Assim, Lock, pintaria Kura, em uma cena de caçada, e esperaria que o amigo visse aquilo, quando fosse visitá-lo durante o sonho, e assim, o perdoasse e o ajudasse na próxima caçada.
Lembrem-se de que, Lock viu Kura ser morto pelo tigre, mas Kura visita Lock quase toda a noite, durante o sono, e o acusa de abandono frente à fera. Mas eles eram companheiros de caçada.
Sem saber, Lock está concluindo: Existe o Kura vivo e o Kura morto!!. Representá-lo, seria uma espécie de pedido de perdão, por tê-lo abandonado na luta contra o tigre, que propiciara a morte violenta do amigo de caçadas. Mas, onde Kura ficaria durante o dia, se só aparece à noite, e somente enquanto Lock dorme??!!
Continuaremos na próxima semana. Não percam.
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